
Não que eu tenha me machucado ou machucado alguém (obrigado, airbag), mas precisei assumir despesas (que ainda não paguei) e ficar definitivamente proibido de dirigir (por ordem judicial, da minha mãe), por mais que o veículo por mim avariado já tenha sido recuperado do ponto de vista funcional.
Não me pergunte o motivo pelo qual eu participei destes eventos traumáticos; simplesmente aconteceu. O lado bom é que andar de ônibus todo dia, sem escolha, ensina muito o indivíduo. Tem que ter lábia pra pegar ônibus lotado e chegar no horário. Tem que ser ninja pra se concentrar, dominar o sistema nervoso e não suar sob 42°C e umidade relativa do ar de 104% (condições ambientais no interior do veículo). Tem que ser Jedi pra não ficar com raiva diante de todas as dificuldades advindas do transporte coletivo na maldita e atrasada Belém do Pará. Terra de vestir roupa da Makell e andar com a camisa do Remo de 1995.
Foi-se a época em que andar de ônibus era legal... Me refiro unicamente à época da escola (Escola Tenente Rêgo Barros), em que a hora do "Marex-Arsenal" era a mais esperada desde o soar da campa de 12:45h. Vinha todo mundo sacaneando, gritando, proibindo a entrada dos passageiros sob a justificativa de que o bonde já tinha esgotado o limite máximo de passageiros (Rafael Pinto: "Tá lotado! Tá lotado! Ninguém sobe!), na época em que ainda se subia pela porta de trás (2001). Além daquelas vezes em que se achava dinheiro no ônibus (o máximo foi uma nota de R$10).
Enfim, tenho aprendido muitas boas lições ao andar exclusivamente de bonde nesses últimos 2 meses... Motores diesel ainda são barulhentos. Os melhores ônibus (mais rápidos) têm motor turbo diesel. A suspensão dos ônibus é hidráulica, muito eficiente e resistente pra agüentar as aloprações que os motoristas aprontam. As pessoas não dão mais lugar para velhos e demais incapacitados fisicamente. Os homens não dão mais seus lugares para as mulheres (talvez seja algum tipo de retaliação silenciosa na sociedade). Os cobradores estão mais educados e relativamente mais jovens (os velhos morreram?). Os motoristas continuam imprudentes e incoerentes com o sistema de tráfego.
Vou continuar nesse ritmo meio que merecido por mais um tempo, até que eu arranje grana pra comprar alguma coisa que tenha rodas e um motor, de preferência um Chevrolet Opala 4.1 movido à gasolina, pra falir de vez.
Eu ando mais de carro. Mas só quando o carro sobra aqui em casa. Eu como legitimo filho do meio, que sempre se ferra, uso o carro basicamente para buscar e/ou levar algeum aqui de casa pra algum lugar. Já ônibus usava pra trabalhar mesmo, mas ainda prefiro ir de bike.
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